domingo, 26 de setembro de 2010

Abertura

   Uso deste espaço, e expurgo o papel, para lançar ao mundo o que primeiro lancei à ele. Do que dou à luz reservo esse canto, palavra por palavra, e torno público e vivo o grito que ecoa em meu espírito. Faço da ideia, verbo e do verbo, matéria. Da matéria à eletricidade ou luz e novamente à ideia, nova, transformada. Trasforma tu o que formei. Destrói e descontrói tudo aquilo que cá ergui e forma deste pó cada tijolo, cada vidraça e telha novas. A torre é algo que sempre cresce para cima.
   Expresso-me, abro-me, grito e escancaro em nudez desavergonhada diante dos teus olhos meu espírito. Faço de qualquer um confessor de minhas impressões e guardião de minhas letras. Pouco me importa você, que vem e olha ou que simplesmente vai embora, ou que talvez nem venha. Também não me importa você que fica e olha, o que vê agora depende de você para ter imagem e som. Recupera o signo que escondo.
   Quero que grite para mim, grite comigo e fala tudo quanto a fala lhe permite. Abro a torre de marfim pro mundo, faço da sacra princesa uma meretriz, e só lhe digo...

"Cuidado onde pisas, cada negra pedra sólida deste chão depende de tu para formar caminho. Nem sempre as portas para as quais te levam serão quartos conhecidos de ares agradáveis. Mas se tiveres nos olhos o Sol e em cada mão Lua Nova e Lua Cheia, te fazes deus em meus domínios."

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