sábado, 27 de novembro de 2010

A solidão

O vazio do quarto ecoa o silêncio em sussurros aos ouvidos. Gritos. Vi fantasmas vivos no vazio, senti quem comigo fala. O vazio. Nada. Nada. Ninguém.
Mergulhei no vazio, vi ninguém no escuro, senti o nada a caminhar. Passos fundos no fundo da alma elameada no chão do quarto, como do húmus a flor que vem ao mundo em nada e do vazio em vazio se esvai.
E vai ao longe rápido a lugar nenhum.
Finquei minhas mãos no chão e dele tirei o vazio. Bati nas paredes e vazio. Infiltrou-se nos alicerces o vazio de minha mente. Fumei o vazio e só vi fumaça sem forma, cheiro ou cor, sem nada. Névoa. Nada.

Perdi minha pele, meu cheiro e minha cor.
Perdi minha vista, minha luz e meu amor.
Perdi os sons, minha voz e meu calor.
Perdi o ar, a terra e da água fiz vapor.
Perdi a chama, minha luz.
Perdi o vazio no vazio, e terminei, terminaram-me, em nada.



Matheus VS
15/11/10

Um comentário:

  1. Nossa!é esplendido como a angústia da solidão te inspira,amei o poema teta ta perfeito,maravilhoso e pra varia me identifiquei com ele,vivo me sentindo sozinha e nestes momentos parece msm q o nada nos rodeia,nos assombra,nos conforta e até msm tenta nos amar,isso é lindo...parabéns!

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